Morte no Ghan.

Eu estava viajando no Ghan, o luxuoso comboio noturno que atravessa a Austrália, de Adelaide para Darwin. Para a maioria das pessoas, é uma forma fantástica de experimentarem o interior Australiano, mas para mim, é algo diferente. Eu estava aqui numa missão.

Eu sou Samantha Nyamwasa e a única sobrevivente de minha família do genocídio no Ruanda de 1994. Eu viajo neste comboio para matar Patrick Bagosora, o homem que matou minha família e fugiu a justiça vivendo na Austrália com uma identidade falsa.

Acabei a minha bebida no luxuoso vagão do restaurante, e disse ao meu marido Jakob que precisava de visitar a casa de banho. Eu não precisava, eu tinha algo muito mais importante para fazer. Estava na hora de Patrick Bagosora enfrentar a justiça.

Publiquei o meu manifesto detalhando os crimes do Patrick e peguei a arma que eu tinha comprado ilegalmente. Depois disso, iniciei uma transmissão de vídeo ao vivo para a internet e fui para a cabine do Patrick. Abri a porta e atirei no homem que havia assassinado minha família, transmitindo o assassinato pela internet. O Jakob viu-me e veio a correr na minha direção.

“Samantha, o que fizeste!”

“Eu fiz!”

“Tu fizeste o que?”

“Eu matei Patrick.”

“Mas porque? Tu perdes-te a cabeça?”

“Não, ele matou a minha família. Eu sou infértil, e a minha família acaba comigo. Esta é a minha resolução.”

“Então, o que vais fazer agora?”

“Eu farei o que Patrick deveria ter feito. Eu serei responsável pelos meus crimes e aceitarei o meu castigo.”

Algum tempo depois, o comboio parou, e a polícia prendeu-me quando chegámos a Alice Springs. Uns dias depois, recebi uma grande notícia. A autópsia revelou que Patrick Bagosora tinha morrido muitas horas antes de eu atirar nele. Alguém tinha envenenado o Patrick na noite anterior.

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